Segunda-feira é mundialmente conhecido como o dia para fazermos mudanças, tomarmos decisões, começarmos transformações e colocarmos atos mais conscientes em prática. Na be.Living, toda segunda-feira é dia de “Segunda Sem Carne”, uma campanha realizada em âmbito mundial, que propõe um consumo alimentar diferente do que a maioria de nós está habituada.

A proposta é que em pelo menos 1 dia da semana, possamos trocar o consumo de proteína animal pelo consumo de proteína vegetal, experimentando novos sabores, ampliando nossos conhecimentos sobre nutrição e saúde alimentar e, principalmente, contribuindo de maneira efetiva para a preservação da vida no planeta.

O objetivo deste movimento, que acontece em mais de 40 países desde 2003, é abrir uma reflexão sobre como nossas escolhas pessoais interferem no coletivo – mais especificamente, sobre como a alimentação de origem animal impacta o meio ambiente, a saúde e, também, o bem estar dos animais.

*Fonte: Sociedade Vegetariana Brasileira

 “O consumo da carne é uma das principais causadoras de impacto ambiental em termos de mudança climática, de consumo de água e de desmatamento” – afirma Livia Ribeiro, engenheira ambiental da Reconectta e consultora da be.Living para assuntos de sustentabilidade.

A sustentabilidade é um conceito fundamental dentro do Projeto Político Pedagógico da be.Living. Através de diferentes vivências e práticas educacionais, buscamos oferecer uma educação que promova uma sustentabilidade ampla, crítica, imersiva e efetiva, fazendo da escola um espaço em que se nutre relações verdadeiramente conscientes com o mundo. Movidos por este valor e, entendendo nossa responsabilidade enquanto educadores, decidimos implementar, em 2019, a Segunda Sem Carne na be.Living.

Na ocasião, colocamos a ideia em prática de uma forma bastante cuidadosa e democrática, com o devido conhecimento de causa, contando com a ajuda especializada da engenheira Livia. Trouxemos a reflexão para as crianças, para as famílias e para a nossa equipe sob o ponto de vista das estatísticas, apresentando os impactos reais que uma ação coletiva como esta pode gerar ao meio ambiente.

Além de dialogar muito e compartilhar estudos e informações da maneira mais participativa possível, realizamos, também, na época, um trabalho bastante cuidadoso para apresentar esta nova cultura alimentar para as crianças, de maneira prazerosa e significativa, como forma de aprendizagem. Com a ajuda da nutricionista da escola, as crianças compreenderam o porquê do projeto e, após um tempo da sua implementação, em uma nova votação, as crianças se manifestaram novamente em favor da Segunda Sem Carne. A aceitação de novos pratos foi, e segue sendo até hoje, construída diariamente, com a participação ativa das crianças, que dão retorno sobre o que elas gostam ou não. Observando a aceitação delas, refeição a refeição, vamos testando como colocar mais de uma proteína vegetal – além do feijão, que já está no prato base da escola, para que elas possam experimentá-las. Com esta delicadeza no olhar, buscamos constantemente perceber o que as crianças apreciam e, a partir dessa percepção, proporcionamos pratos caprichosos, bonitos, saborosos e apetitosos para elas.

Desde então, já são 5 anos de Segunda Sem Carne na be.Living. Enquanto isso, o que observamos no mundo são fenômenos climáticos cada vez mais intensos e frequentes, como ondas de calor, tempestades e secas severas, em razão do agravamento da ‘crise climática’ – termo utilizado para denominar as alterações na temperatura média do planeta decorrente de ações humanas não sustentáveis.

“Hoje, o maior desafio que estamos enfrentando, enquanto humanidade, é a emergência climática. É fundamental olharmos para esta questão tanto em termos de conhecimento como, principalmente, em termos de ações. A escola é um centro de convivência de estudos e de práticas, onde as pessoas aprendem e vivem experiências que podem ser levadas para suas casas e para a comunidade. Vejo a be.Living como uma escola que assume a responsabilidade de trazer estes assuntos referentes à sustentabilidade, despertando uma visão crítica nas crianças. Não é somente sobre entender o que está acontecendo, mas, a partir desta visão crítica, pensar em como contribuir efetivamente para solucionar estas questões. A escola é, por excelência, um lugar de ações coletivas e os desafios que estão sendo postos hoje no planeta dizem respeito a toda a humanidade e só poderão ser enfrentados coletivamente, por meio de ações conscientes e conjuntas. A Segunda Sem Carne é uma destas ações” – afirma Livia.

Como escola, afirmamos que estamos olhando para a crise climática com toda a responsabilidade, refletindo, aprofundando conhecimentos e pensando em criar oportunidades para que as crianças possam, a partir deste valor – que é a sustentabilidade – ser agentes de transformação do planeta, tomando decisões no futuro com base em tudo o que estão vivenciando hoje e, por que não, inspirando mudanças desde já, a partir desta nova visão de mundo, em nós adultos: educadores e famílias. Fica o convite para a próxima segunda-feira, sem carne!