Olhos fechados, pernas cruzadas, mãos sobre os joelhos. Inspira. Que som é esse? Expira. O som do sino ecoa pela sala até desaparecer. Inspira. Aos poucos, as vozes dentro da escola começam a aparecer, e até os barulhos que vêm da rua agora ficam perceptíveis. Expira.

É a partir do relaxamento e da atenção plena ao momento presente que acontecem as aulas de meditação mindfulness da be.Living. Sentados no chão, os alunos do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental aprendem a posição de meditar e brincam de escutar os sons.

“Ao tentar identificar o momento exato em que o som do sino desaparece ou ouvir os sons ao redor, a criança coloca toda sua atenção em um só ponto, acalmando e treinando a concentração”, explica a professora Daniela Degani. Formada nos Estados Unidos, na Mindful Schools, ela aplica aqui o programa que aprendeu por lá.

Para manter a atenção no aqui e agora, as turmas contam com uma ajuda especial: a borboleta Janaína. Ao pousar no nariz, no peito e na barriga das crianças, a borboleta imaginária ajuda cada uma a sentir os movimentos da respiração em diferentes pontos do corpo. Para os menores, o “inspirar e soltar o ar” é exemplificado com um vídeo de flores se abrindo, “como analogia de como nosso peito se expande para a entrada do ar”, conta Daniela.

Em uma aula, após algumas respirações, as crianças foram convidadas a pensar em uma pessoa querida e a desejar que ela estivesse bem, calma e com saúde. Em seguida, o exercício foi repetido, com os pensamentos positivos enviados para eles mesmos. Já em outra aula, o foco foi uma viagem pelo corpo: quais partes do corpo estão frias ou quentes? Estamos parados ou em movimento? Meu corpo está relaxado (solto) ou tenso (duro)? Como é a sensação das meias tocando o meu pé?

É a partir desses breves momentos de presença que as crianças vão aprendendo a lidar com suas emoções para, assim, desenvolverem equilíbrio emocional. “A meditação oferece às crianças a possibilidade de perceber as emoções e aplicar técnicas para se acalmarem, se assim desejarem, podendo se relacionar de forma positiva com eles mesmos e com o mundo ao redor.”