Como tornar visível o que está invisível? Ao longo do ano, a pergunta-tema instigou e guiou as pesquisas dos estudantes do Ensino Fundamental.
Curiosidades, investigações e descobertas diversas, que eles compartilharam com a comunidade escolar no último sábado (9) na Mostra de Artes e Ciências (MAC).
Para jogar luz sobre as invisibilidades que nos cercam, as turmas estudaram versões da mesma história, a partir de novas perspetivas e contextos. Um processo permeado por incômodos, perguntas, confirmações, refutações e reconstruções de hipóteses.
“Fomos percebendo que, se buscamos uma educação transformadora, precisamos dar visibilidade a questões que acabam ficando invisíveis em nossa sociedade”, comenta Gabriela Fernandes, coordenadora do Ensino Fundamental da be.Living.
Trabalhados no português e na língua inglesa, os projetos exploraram as Artes, as Ciências Sociais e Naturais.
Áreas de estudo que ajudam a compreender o mundo e suas transformações, a exercitar o olhar, e a formar cidadãos críticos e socialmente atuantes.
As invisibilidades, do Year 1 ao Year 5
Foram diversos os caminhos que levaram as turmas a compreender por que algumas coisas são visíveis e outras não.
As plantas que fazem parte do cotidiano das crianças foram investigadas pelo Year 1, que se surpreendeu com novas espécies em parques e nas ruas no entorno da escola.
A natureza também foi a referência para o trabalho artístico da turma, que olhou ao redor com lupas, sensibilidade e curiosidade para fazer arte.
As pesquisas do Year 2 os levaram a um pensamento: “there is no throw away”. Usando os 5 Rs da sustentabilidade como ponto de partida, os estudantes entenderam os impactos do consumo na vida dos seres vivos e conheceram o trabalho ativo de seis ONG’s diferentes.
Observando o corpo humano e seus movimentos, criaram formas e linguagens artísticas inspiradas em Jackson Pollock e Francis Allÿs.
No Year 3, a atenção foi voltada aos ciclos de vida. A percepção de que as formas de vida estão interligadas, e precisam ter suas diferenças respeitadas, levou a turma à temas de pesquisa escolhidos a partir de interesses dos grupos: extinção, camuflagem e brincadeiras indígenas.
Os saberes ancestrais e a relação da cultura indígena com a terra se transformaram em poesia, cerâmica e grafismos nas mãos do Year 3.
A interação humana com a natureza também foi objeto de pesquisa do Year 4, mas sob outra perspectiva. Os estudantes mergulharam em processos históricos para compreender a colonização europeia do Brasil e da África.
Com esse olhar antropológico, resgataram artes como o bordado, entendendo as práticas manuais como tecnologia.
Já o Year 5 foi ainda mais fundo na questão e se debruçou sobre uma nova era: o antropoceno. “Quantos planetas Terra são necessários para sustentar nosso modo de vida?”.
A reflexão trouxe outra pergunta: “o que queremos colocar no mundo?”. Então, a turma aprendeu diferentes técnicas artísticas para aumentar o repertório e conseguir, assim, escolher como cada um quer se expressar para deixar uma marca no mundo.
E deixaram: agora, o muro da escola tem novas cores e significados deixados por cada estudante do Year 5. Símbolo que representa o fechamento de um ciclo de aprendizagem, tanto na última mostra que participam quanto na be.Living.