A aprendizagem escolar se dá de forma muito significativa no mundo, para além dos muros da escola. Afinal, é do lado de fora, que a vida real e as mais diversas situações e relações acontecem. São os chamados “lugares de educação não formal”. Por isso, na be.Living, consideramos muito importantes as saídas pedagógicas. São esses passeios pelo mundo que possibilitam que as crianças vivenciem e ressignifiquem os conhecimentos adquiridos no espaço escolar.
Devido à pandemia, ficamos um tempo sem ofertar as saídas pedagógicas para as crianças. E ter podido retomá-las, no final do ano passado, foi uma conquista muito importante e especial para todos.
“As saídas fizeram muita falta para o currículo e para as crianças, porque são momentos muito especiais que temos tanto para disparar algum assunto, como para complementar e aprofundar pesquisas, ou finalizar trabalhos. Quando visitamos um parque, um museu ou o Instituto Biológico, por exemplo, é a chance que temos de pautar a construção de um projeto com as crianças, de oferecer repertório cultural e, sobretudo, de fazer com que elas entendam que aquilo que aprendem dentro da escola tem valor e faz sentido no mundo e na vida” – explica Camila Maia, coordenadora da Educação Infantil da be.Living.
Camila diz que as crianças demonstraram ter sentido falta dos passeios como forma de aprendizagem. “Fizemos algumas saídas e no ônibus, à caminho para esses lugares, algumas crianças mais velhas, que já haviam tido essa experiência, falavam: ‘Nossa! Eu achei que esse momento nunca mais fosse acontecer!’. Então, além de engrandecer o currículo e fortalecer a aprendizagem, foi uma alegria para elas poderem sair juntas novamente!”.
No segundo semestre de 2021, as turmas da Educação Infantil fizeram diferentes passeios conforme o que estavam aprendendo. As que estavam pesquisando sobre vacinas e alimentos que favorecem o sistema imunológico foram ao Mercado Municipal de São Paulo, onde puderam comprar alguns desses alimentos, além de estar em um prédio histórico, antigo e lindo, no centro da cidade. As turmas que investigavam insetos foram ao Instituto Biológico. Outros grupos foram ao Parque do Ibirapuera, com diferentes propostas: coletar elementos da natureza para fazer arte na escola, procurar insetos, investigar cheiros e texturas das plantas.
“São todos lugares de educação não formal, onde as crianças adquirem repertório de mundo. A rua também é um lugar de educação não formal muito potente. Este ano, levamos as crianças para dar uma volta no quarteirão da escola procurando sinais para PCD (Pessoas com Deficiência). E o que aconteceu foi um trabalho profundo sobre acessibilidade e sobre pessoas com deficiência, que começou lá atrás com as Paralimpíadas de Tóquio, e que chegou num outro nível de compreensão com essa saída” – afirma Camila.
A coordenadora finaliza dizendo que todo lugar pode ser um lugar de educação para as crianças. “Crianças estão com um olhar aberto para o mundo, com o senso crítico sendo construído e tudo o que apresentamos como referência de ser humano e de repertório de vida para elas fará parte de seu processo de construção de conhecimento”.