Neste momento, o Year 5 está mergulhado em um projeto interdisciplinar que explora a relação entre o ser humano e a cidade, tendo como foco nossa querida São Paulo. As crianças estão sendo inspiradas a olhar de forma crítica e curiosa para o espaço urbano, refletindo sobre o patrimônio, a memória e a geografia da cidade.
A professora do grupo, Letícia Araújo, explica que o projeto é parte do currículo de Ciências Sociais, mas envolve também Ciências Naturais, Língua Portuguesa e Artes, criando uma abordagem ampla para o processo de aprendizagem. “Estamos olhando de uma forma profunda para a cidade, para as relações que estabelecemos com ela e para as histórias que construímos dentro desse espaço. A turma está refletindo sobre o conceito de patrimônio, investigando o que São Paulo está preservando e o que foi apagado ao longo dos anos” – conta a professora.
Letícia diz que as crianças iniciaram o projeto investigando os rios canalizados de São Paulo e os apagamentos históricos que ocorreram com a expansão urbana. Em um segundo momento, no retorno das férias, cada criança foi convidada a apresentar suas experiências de viagem, abordando aspectos geográficos e históricos das cidades que visitaram. A ideia, neste caso, foi afiar o olhar dos estudantes e das estudantes para além de São Paulo, promovendo uma análise de diferentes contextos urbanos.



Recentemente, o projeto culminou na experiência de explorar a cidade para além dos muros da escola, por meio de uma saída pedagógica utilizando transporte público. O destino escolhido para a pesquisa in loco foi a exposição “Stefania Bril: Desobediência pelo afeto”, em cartaz no Instituto Moreira Salles, localizado na Avenida Paulista. O trabalho da fotógrafa polonesa examina como as pessoas se relacionam com as cidades, dialogando com o objetivo do projeto, que é justamente incentivar a turma a apurar o olhar para o ambiente urbano e suas nuances. Além disso, a saída pedagógica complementou o trabalho que os estudantes estão desenvolvendo em Artes, onde estão estudando luz e fotografia para a Mostra de Artes e Ciências (MAC) da escola.
A professora explica que a escolha de utilizar ônibus e metrô teve um propósito pedagógico claro: incentivar as crianças a observarem a cidade de uma nova forma, sem o filtro da janela de um carro. “Cada vez mais, as crianças se deslocam pela cidade em carros, blindadas das paisagens urbanas e das interações com estas paisagens. A ideia de sair do transporte público é criar oportunidade para que elas expandam o olhar e se movimentem pela cidade com uma nova percepção”, explica Letícia.



Na saída, o próprio grupo foi responsável por planejar o trajeto, escolhendo se iria de metrô ou de ônibus, e até escrevendo o percurso. “Eles guiaram os adultos até o lugar da saída, o que foi uma experiência importante para a construção da autonomia e para o desenvolvimento de uma cidadania ativa”, afirma Letícia.
A professora reitera a importância das saídas pedagógicas para o desenvolvimento das crianças. “É uma experiência de pensar-se como cidadão, de estar presente na cidade de maneira autônoma. As saídas estimulam o olhar para fora e possibilitam vivências que não conseguimos oferecer dentro do ambiente escolar”, reflete.
Este projeto tem proporcionado às crianças do Year 5 uma vivência significativa daquilo que estão estudando. Ao mesmo tempo, apresenta a cidade como um espaço de constante aprendizagem, estimulando nas crianças senso de pertencimento e de responsabilidade com o ambiente ao redor.

