Na be.Living, entendemos a matemática como uma área viva do conhecimento, cheia de possibilidades e instrumentos, e em constante construção.
Não olhamos para a matemática da maneira como ela era olhada antigamente: como uma área que estava posta e fechada, apenas à espera de que as crianças a descobrissem como um único caminho possível a percorrer.
Ao contrário, compreendemos que a linguagem matemática é muito variada, vasta em ferramentas e com muitos caminhos possíveis.
“Apesar da matemática estar na natureza, ela é uma construção humana: é o ser humano quem vai matematizar o que está observando nos espaços, nos contextos e ao longo do tempo. Por entendermos que ela está em constante mudança, nossa proposta de ensino-aprendizagem pensa a matemática como uma construção para cada criança, considerando uma ampla variedade de recursos e possibilidades, além da própria particularidade criativa de cada estudante” – explica Débora Pacheco, professora do Ensino Fundamental da be.Living.
Debora conta que o trabalho das professoras é apresentar essa larga gama de repertórios para as crianças para que elas possam escolher quais ferramentas utilizarão a fim de solucionar os problemas variados que podem surgir em sua vida cotidiana.
“Vamos pensar em um exemplo bem simples de resolver: um cálculo de adição. Partimos do princípio que não existe apenas um único caminho para se chegar ao resultado, ou seja, aquela famosa conta ‘em pé’. Pensamos que eles podem chegar a esse mesmo resultado por caminhos muito diferentes. Desta forma, o ensino-aprendizagem da matemática, aqui na be.Living, se pauta pela investigação. Como não há um caminho previamente posto para ser percorrido, as crianças são convidadas a investigar possibilidades de como chegar à solução de cada problema”.
A professora explica que os problemas podem vir, muitas vezes, de situações reais do cotidiano como, por exemplo, vender doces na festa junina, ou através de uma investigação pura e realmente matemática. Em ambas as situações, a criança estará sendo convocada a desenvolver procedimentos investigativos.
“Juntamente com esse método investigativo, trazemos um foco, também, para os procedimentos, através dos quais as crianças vão organizar todas as hipóteses, todas as testagens e o que resultou de cada teste para poder validar ou não os caminhos mais eficientes. Trabalhamos, inclusive, um procedimento em argumentação, porque a criança precisa comunicar – e comunicar matematicamente, para que esse caminho seja validado ou não”.
É esse tipo de trabalho matemático que realizamos na be.Living: um processo de investigação potente que possibilita que as crianças – e futuramente os adultos, possam olhar para o mundo de uma forma mais profunda.
“Quando um gráfico aparece no jornal ou num post de rede social, eu vou olhar para ele de uma forma mais investigativa e crítica, e não somente como números postos. Os números são muito utilizados hoje para validar informações. Quando temos um olhar mais crítico e investigativo, vamos olhar para esses números de um outro modo. Esses números estão em qual contexto? O que este gráfico quer dizer para além de um número que está posto e colocado? Vou olhar para ele realmente mais criticamente. E a gente sempre acaba falando em números, mas a matemática passa por outros caminhos também. Um olhar mais apropriado sobre o espaço, no caso da geometria, de como interagir com esses espaços de um outro modo, de como se relacionar com as medidas de outro modo, então, vamos transitando pelos diferentes eixos da matemática: a geometria, a álgebra, a aritmética – sempre com a intenção de que eles desenvolvam um olhar investigativo e crítico para o mundo”.