Em casa: o espaço de estudar e o espaço de brincar

A pandemia afetou profundamente a casa da gente. Com o isolamento social, o espaço da casa foi invadido por muitos ambientes externos: pelo ambiente do trabalho dos pais, pelo ambiente dos estudos da criança, pelo ambiente do lazer e da brincadeira – todos eles acontecendo, muitas vezes ao mesmo tempo, dentro de uma só casa que continua sendo o espaço de convívio da família. Por tudo isso, neste momento, o espaço da casa deve ser olhado com atenção e tratado com especial cuidado.

Pensando nas crianças, a organização do espaço da casa é fundamental para o processo de aprendizagem à distância, como explica a coordenadora da Educação Infantil da be.Living, Camila Maia. “É importante que o espaço onde a criança vai estudar e onde realizará as propostas síncronas e assíncronas, reflita e esteja conectado, de alguma forma, com o processo de estudos da escola. Ele precisa ser um espaço agradável que favoreça a concentração, o envolvimento e o despertar da curiosidade. O entorno precisa ser bem pensado e organizado para que a criança tenha fácil acesso aos materiais escolares no momento das lives, para que não haja ruídos ou interferências de outras pessoas ao redor, para que ela esteja acomodada numa posição confortável, para que ela tenha bom acesso ao I-pad ou ao computador e uma boa visualização do conteúdo que está sendo transmitido. Esse espaço tem que oferecer um maior grau de concentração pois é nele que as crianças estarão se dedicando, em maior tempo, ao seu desenvolvimento cognitivo”.

Camila diz que para ajudar a criança a se organizar dentro desta nova rotina que só acontece em casa, é fundamental estabelecer uma diferenciação entre o “espaço de estudar” e o “espaço de brincar”. Ela diz, ainda, que o próprio espaço da brincadeira, onde a criança realizará suas investigações, criatividades e entrará em contato com o lúdico através do livre brincar, pode também ser pensado e organizado para um melhor aproveitamento. “As professoras têm incluído no Classroom algumas propostas de brincadeira livre como sugestão de organização do espaço de brincar. Elas sugerem cenários de faz de conta, de casinha, de cozinha, de banco, de mercado e, no caso de crianças mais velhas, jogos e brincadeiras com alguns desafios que já podem começar a aparecer. Então, mesmo o espaço de brincadeira livre, é um espaço que pode ser pensado com propostas e ideias que convidem a criança para brincar e que esteja organizado de uma forma que a criança tenha acesso aos brinquedos para que ela possa brincar com autonomia em um momento em que ela esteja mais sozinha, enquanto os pais estão trabalhando, por exemplo”.

A coordenadora, que também é mãe, e como todos os pais que trabalham também está vivenciando essa nova concepção de “casa”, compreende o tamanho do desafio, mas ressalta que mesmo que seja difícil é importante ter sempre em mente essa direção e tentar praticá-la na medida da possibilidade, pois isso pode fazer a diferença no desenvolvimento da criança nesta etapa de aprendizagem e da infância.

“Eu sei que às vezes não é possível, mas acho importante frisar e persistir nisso. Antes, a casa tinha só uma função, mas agora, com essa invasão de vários setores da nossa vida, ela tem várias funções. Se a gente não organizar dentro de casa esses espaços, de modo a favorecer o desenvolvimento dessas diferentes vivências, ficará muito difícil conseguir pensar numa harmonia. Quando o ambiente fica muito bagunçado e desorganizado, isso acaba, de alguma forma, refletindo no processo das crianças. A organização e a rotina são fundamentais para sobreviver com as crianças nesse período e ajudam a promover um desenvolvimento e uma existência mais próspera para as nossas crianças nesse momento tão difícil”.

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