Centers e minigrupos: Um olhar atento para cada criança

Pequenos grupos de crianças – de no máximo de 6 estudantes, com o objetivo de se debruçarem sobre determinado tema, com autonomia para investigar, fazer conexões e propor soluções para questões e desafios. Acompanhados, sempre, bem de pertinho, por uma professora que mantém um olhar cuidadoso, desperto e atento para cada criança, auxiliando-as em seus processos individuais de desenvolvimento. Estes são os “centers”: uma prática de organização realizada com as turmas do Ensino Fundamental da be.Living que permite tornar mais pessoal o processo de educação de cada uma de nossas crianças. 

“Há algum tempo, nossa equipe educadora reflete e planeja formas de ensinar que tornem a escola, cada vez mais, um espaço que entenda como cada criança aprende e, a partir disso, as eduque. Com isso, aquele modelo antigo, de aula expositiva, é apenas mais uma ferramenta e não mais a única forma de ensinar. Nesse processo, fomos entendendo a potência do trabalho com os centers, uma organização que contribui fortemente para o desenvolvimento de um estudante ativo e participativo” – explica Gabriela Fernandes, coordenadora do Ensino Fundamental da be.Living.

Ela afirma que, nessa proposta, o estudante não fica limitado a apenas absorver informações, mas é incentivado, também, a realizar as atividades com autonomia de pensamento, trocando com seus iguais e compreendendo que o conceito de “sala de aula” é um lugar onde se pratica e compartilha o conhecimento.

“O grande objetivo dos centers é proporcionar uma maneira diferente de aprendizagem, através da qual, as crianças possam trocar com seus colegas, levantando hipóteses e aprendendo a fazer pesquisa de forma realmente significativa. É uma prática de aprendizagem relacionada a um primeiro momento da aquisição do conhecimento: a investigação. Quando colocamos as crianças em diferentes grupos, elas podem atingir esse objetivo, que é uma boa atividade de investigação, tanto entre crianças que têm os mesmos níveis de aprendizagem como entre crianças que têm diferentes níveis de desenvolvimento de conhecimento”.

Gabi conta que os centers são uma forma pedagógica extremamente ampla e que podem aparecer dentro da rotina de aprendizagem com múltiplos objetivos e de diferentes formas. Porém, o objetivo maior é, sempre, o desenvolvimento de uma postura autônoma e reflexiva por parte das crianças, aprendendo entre elas e tendo a professora como alguém que transita, orienta e realiza um trabalho de avaliação com qualidade de presença, podendo estar bem próxima de cada grupo e de cada criança.

“Trabalhar com grupos menores permite que a avaliação do professor seja mais efetiva. É muito importante e significativo o fato de a professora estar ali bem ao lado da criança, pensando em boas intervenções para aquele agrupamento específico, a partir daquilo que as crianças estão pensando e expressando. Então, quando elas estão, por exemplo, resolvendo um problema matemático, a partir do que elas discutem sobre hipóteses, a professora senta com essas 5 ou 6 crianças e começa, a partir do que elas trazem, a elaborar boas intervenções que vão despertando a curiosidade, ampliando a reflexão, levando a criança para a conclusão do seu processo de conhecimento, para a elaboração daquele problema. Ela faz uma intervenção pontual e assertiva que vai ajudar a criança a construir o seu próprio trajeto para o desenvolvimento daquele conhecimento”.

Na prática, os centers são uma ferramenta pedagógica amplas, com múltiplas possibilidades, podendo, cada um deles, propor atividades diversas relacionadas a um tema comum, ou atividades completamente distintas. “Em uma sala de alfabetização, por exemplo, é natural que haja grupos muito heterogêneos. Com os centers, podemos, a partir de uma proposta comum, ou seja, de um único tema, produzir 3 fichas com atividades diferentes que vão atingir as crianças que estão em níveis de conhecimento diferentes. Ou podemos servir atividades completamente distintas para determinada turma: um center vai desenvolver uma atividade de matemática, o outro de língua, e o outro de ciências. Então, as crianças podem fazer as suas escolhas e a partir dessa escolha inicial, começar um trabalho de trânsito onde todas elas vão passar por todas essas estações propostas, transformando a sala de aula em um lugar muito mais atrativo e significativo para as crianças” – conclui Gabi.

Enquanto isso, na Educação Infantil, são os “minigrupos” que possibilitam que os pequeninos sejam, também, observados bem de pertinho pelas educadoras, possibilitando uma experiência mais intimista que estreita vínculos com os adultos e com os pares, entre tantos outros benefícios para a aprendizagem.

Nossa coordenadora do Infantil, Camila Maia, explica que, além de estreitar vínculos, trabalhar em grupos menores promove, também, novas parcerias entre as crianças; uma observação mais específica da professora sobre cada uma delas, e uma maior autonomia por parte das crianças, pois nesta proposta de trabalho, elas conseguem vivenciar as atividades sem necessariamente estarem com o foco tão centrado no adulto.

“Os minigrupos são organizados pelas professoras, pensando em ampliar parcerias, em possibilitar que as crianças olhem, brinquem e interajam com outras crianças, e em alguns momentos, também, levando em conta o processo de aprendizagem da criança. Então, podemos juntar crianças que estejam num momento de descoberta dos processos de leitura e escrita, por exemplo, com uma criança que está em um lugar mais avançado nesse sentido, para que elas possam ajudar umas às outras”.

Camila conta que em grupos menores, as crianças se sentem mais seguras e mais confortáveis para levantar um questionamento, para compartilhar uma hipótese ou para contar uma vivência. “Há um número menor de pessoas ali para esse momento de comunicação. Fica menos intimidador. Além disso, menos conflitos acontecem. As crianças pequenas, em geral, se organizam melhor para a brincadeira em grupos pequenos, e aprendem, com esse convívio mais estreito, a compartilhar os materiais”.

Para o trabalho das professoras, os minigrupos são de suma importância, pois ajudam a compreender como as crianças estão se relacionando com os diferentes objetos de conhecimento e com os processos de aprendizagem.

“Quais são as dúvidas? Quais são os erros que as crianças estão cometendo? Como elas estão lidando com esses erros? Quais intervenções podemos levar para o grupo maior, a partir daquilo que pôde ser observado no grupo menor? Os minigrupos são, portanto, a chance que as professoras têm, de fato, para olhar e ouvir aquilo que cada uma das crianças está dizendo individualmente. Algo que, às vezes, em um grupo grande, não é possível de acontecer, pois a professora tem que estar de olho no movimento, nas interações e na dinâmica do grupo. Em um grupo menor, as educadoras podem estar muito mais próximas de cada criança e, consequentemente, atender com maior precisão as suas especificidades”.

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