Algumas vezes, a vida nos conduz para profundas transformações, nos obrigando a fazer novos movimentos, a encontrar outros caminhos e enxergar outras belezas. Como disse João Guimarães Rosa em sua obra Grande sertão: Veredas: “A vida inventa!”.
Sabedorias como esta são atemporais. Mais do que nunca estamos presenciando a vida inventando e nos convocando para nos reinventarmos. Nestes 26 dias de ensino não presencial, a vida nos ensinou a atravessar paredes e romper com o tempo. Seguimos os caminhos traçados anteriormente, encontrando novas rotas e redesenhando nossos trajetos. E começamos a testemunhar, com o mesmo encantamento de sempre, aprendizagens acontecendo de outras maneiras, com novas ferramentas e potências diferentes. E acima de tudo, estivemos juntos. Mesmo distantes fisicamente, mesmo desconfortáveis e inseguros. Ainda assim, mantivemos o vínculo, ou seja, a essência da nossa escola.
Trocas de mensagens e telefonemas com mães e pais fizeram toda a diferença na construção deste trabalho. O diálogo entre família e escola, tão exercitado, desde sempre, em nossa parceria, foi e continuará sendo fundamental para atravessarmos esse momento tão exigente para todos nós. Que ele seja, sempre, nossa principal ferramenta para ampliarmos as reflexões acerca da condução e acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem de nossas crianças.
Paralelamente, atestamos uma equipe competente, engajada, estudiosa, reflexiva e comprometida com este grande desafio. Nossas professoras foram aprendendo, junto com os pequenos, sobre as possíveis e melhores formas de fazer um aprendizado embasado no afeto acontecer mesmo de longe. Foram muitos vídeos, encontros ao vivo e propostas dirigidas em busca de garantir aspectos importantes para o desenvolvimento de cada criança, levando em conta especificidades de cada faixa etária em diálogo com os documentos que orientam nossa prática.
Esta importante etapa de aprendizado só aconteceu porque a parceria “escola, crianças e famílias”, foi mais forte do que nunca: foi viva! A atuação de cada um neste percurso foi singularmente essencial. Vocês foram os nossos olhos, nossos ouvidos e, muitas vezes, as nossas mãos! Obrigada a cada um que deu vida ao seu educador interno, vivenciando este lindo ofício que é educar uma criança!